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Audiência pública debateu problemas de segurança na DP da Vila Amélia

Venceu a democracia na noite de sexta-feira, 30 de outubro, quando autoridades da área de segurança pública e representantes de entidades e da sociedade civil participaram de uma audiência pública na Câmara dos Vereadores para debater a construção de uma Casa de Custódia e a implantação das delegacias Legal e da Mulher, além de uma Casa Abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica. A iniciativa foi do vereador Professor Pierre, que trouxe o delegado de polícia civil Orlando Zarconi, chefe da Polinter e que representou o secretário de segurança José Mariano Beltrame, e o delegado titular da 151ª DP, José Pedro da Silva.

Diferente de outras audiências públicas sobre este e outros assuntos que não obtêm resultados práticos para suas questões, esta parece ter atingido a expectativa de diversos segmentos preocupados com a questão. Antes do início da sessão, todos os presentes (ocupantes da mesa e componentes da assistência) foram abordados pelos assessores do professor Pierre e tiveram a oportunidade de inscrever-se para usar a tribuna, caso quisessem se manifestar.

Com o início da audiência, após as formalidades de composição da mesa com a presença das autoridades policiais, do vereador que presidiu a reunião e do presidente da 9ª Subseção da OAB, Carlos André Pedrazzi, além dos representantes dos Conselhos de Segurança de Nova Friburgo (Conseg e CCS-11) e de diversas entidades de defesa da mulher e outras, foi apresentado o problema da carceragem da Vila Amélia, comparado por alguns a um campo de concentração, pelas péssimas instalações e pela condição subumana imposta aos encarcerados.
Com a abertura da discussão sobre a carceragem, voltou a ser ressaltada a necessidade urgente de uma Casa de Custódia no município. Alguns dos participantes defenderam ainda a implantação, além da Casa de Custódia, de um presídio, para que os presos dos nove municípios que abrangem a área do 11º BPM, possam cumprir suas penas sem precisarem estabelecer conexão com os presidiários das grandes facções e pessoas que cometeram crimes mais graves e bárbaros no Rio de Janeiro.

Um dos destaques apresentados pelo vereador professor Pierre foi a péssima condição das celas da 151ª DP. Má circulação de ar; falta de água (os presos tomam banho com garrafas pet de dois litros); pouco espaço (onde cabem quatro dormem, às vezes, 16 pessoas) sendo necessário o rodízio para dormir ou a colocação de redes; quentinhas estragadas; falta de assistência médica e de espaço para atendimento jurídico e outros problemas elencados. O depoimento da mãe de um detento comoveu a todos. “Se meu filho deve à sociedade é a Justiça que vai julgar. Se for condenado, ele terá que pagar sim, mas peço que permitam que isso aconteça com dignidade”, desabafou, sendo aplaudida de pé.

Sobre estas questões o atual chefe da Polinter, o delegado Orlando Zarconi, deu uma aula de conhecimento da questão e ofereceu total apoio a melhoria da carceragem da 151ª DP. Segundo ele, o sistema penitenciário da forma como se apresenta no estado, “não recupera ninguém”. “Temos um sistema que visa apenas punir. Podemos oferecer muito mais, devolvendo ao encarcerado a dignidade que lhe foi retirada”, enfatizou Zarconi.

Dentro da questão da segurança, líderes de organizações de atendimento às mulheres vítimas de violência como o Ser Mulher, Centro de Referência da Mulher (Crem), ONG Anastácia e Tecle Mulher discorreram sobre a necessidade de uma delegacia especializada e de uma Casa Abrigo para onde poderão ir as vítimas de violência doméstica. Sobre estas questões o delegado da 151ª DP, José Pedro da Silva, disse ser favorável ao atendimento das reivindicações, mas garantiu que vai se esforçar para proporcionar às vítimas um atendimento que as favoreça e atenda às suas necessidades.

Vários discursos sobre as questões, com análises técnicas sobre as delegacias, o Centro de Polícia Técnica (IML) e a Casa de Custódia resultaram na marcação de uma nova data para a discussão dos problemas. Sob a orientação do vereador Professor Pierre, foram elaboradas algumas comissões responsáveis pela melhoria urgente da carceragem da 151ª DP.

No próximo dia 2 de dezembro serão apresentadas as propostas para a melhoria do problema. Segundo o vereador Professor Pierre, foram formadas as comissões de atendimentos jurídico, de saúde, material e de infraestrutura. Sobre o jurídico o vereador ressaltou que “há um entendimento entre a 9ª Subseção da OAB e o sindicato da construção civil para a construção de dois parlatórios, onde os advogados poderão oferecer atendimento privativo aos encarcerados. A Defensoria Pública também estará usando o espaço.

Quanto à saúde serão contatados a comissão da Câmara, presidida pelo vereador Renato Abi-Râmia, a Fundação Municipal de Saúde e a Universidade Federal Fluminens (UFF)”. As igrejas, em especial as que prestam atendimentos religiosos como a pastoral carcerária da Igreja Católica e as evangélicas, darão apoio às necessidades materiais.

Durante o mês de novembro o vereador Pierre estará se reunindo com os responsáveis pelas entidades que apoiarão as comissões. Até o dia 2 de dezembro, é esperado que as comissões apresentem seus relatórios. O encontro contará novamente com a presença do delegado e chefe da Polinter Orlando Zarconi.

(Matéria do jornal A Voz da Serrra)
Eduardo Trigo

Eduardo Trigo

De família friburguense, minha bisavó veio da Alemanha direto para a nossa Nova Friburgo, no começo do século XX. Prazer, me chamo Eduardo Trigo. Nasci na cidade do Rio de Janeiro e com 2 anos vim morar na Princesinha da Serra. São 26 anos vivendo e convivendo na cidade. Sou um apaixonado por animais. "Não compre, adote!" Sempre tive o pensamento para o coletivo. Desde muito cedo achei necessário externar algumas situações que a nossa população vive. E, andando pelas ruas da cidade sempre via uma situação que julgava ser algo que os nossos governantes poderiam resolver facilmente. Por isso, resolvi não ficar apenas nas lamentações e, em 2009, criei o Nova Friburgo em Debate, um espaço para a população Friburguense se unir e lutar pelos seus direitos. Apontando os problemas, mas também buscando soluções. Afinal Nova Friburgo, EU AMO, EU CUIDO!

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