Quem passa pela Avenida Governador Roberto Silveira, no distrito de
Conselheiro Paulino, deve ter observado operários e máquinas aos poucos
voltando a trabalhar nas margens do Rio Bengalas. Nos últimos dias,
empregados do consórcio que realiza o serviço foram vistos por moradores
fazendo medições topográficas e limpezas nas margens do rio. Segundo o
Instituto Estadual do Ambiente (Inea), as obras no Bengalas e no Córrego
Dantas, entretanto, não estavam paralisadas. "Estavam em fase de
estudos geotécnicos e de desapropriação. A previsão é que os trabalhos
recomecem nos locais citados ainda no mês de abril de 2015. Já foram
executados 50% das obras de recuperação ambiental em Nova Friburgo”,
informa a nota enviada na noite de quarta-feira, 1º de abril.
A maior obra realizada na cidade pelo Consórcio Rio Bengalas —
formado pela EIT Engenharia e a Ferreira Guedes, empresas vencedoras da
licitação — visa o controle de inundação e recuperação ambiental dos
rios que em quase todos os anos transbordavam, inundando ruas, invadindo
casas e o comércio local. Em 2011, com a tragédia das chuvas na Região
Serrana, os estragos foram ainda maiores. A ocupação desordenada das
margens de alguns trechos desses rios causou o estrangulamento da calha
necessária ao escoamento das águas. Além disso, a erosão das margens
causaram degradação e obstruções devido ao grande volume de assoreamento
dos rios. Essas razões potencializam as inundações, de acordo com
projeto.
Os governos estadual, por meio da Secretaria de Ambiente e do
Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e federal, com verbas do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC 2), estão investindo R$ 195 milhões
no projeto, que deve ser concluído em abril de 2016. No Rio Bengalas e
no Córrego Dantas estão sendo executados serviços de aumento da calha
junto com dragagem e desassoreamento, que proporciona maior capacidade
de escoamento, aumentando a vazão e minimizando a ocorrência de futuros
alagamentos e inundações. Para garantir a estabilidade das margens no
Córrego Dantas, o consórcio está aplicando revestimentos nas laterais
com grama grampeada e concreto, por exemplo. No Bengalas, a estabilidade
das margens está sendo mantida com cortinas atirantadas.
No projeto, também está previsto reflorestamento com plantio de
espécies nativas em trechos ao longo do Córrego Dantas para evitar o
assoreamento do rio. Além disso, será urbanizada uma área de 77 mil
metros quadrados ao longo do rio para reordenar o uso do solo e a
recuperação ambiental da área, evitando futuras invasões e ocupações
irregulares das margens, e criando espaços de lazer e convivência para a
população. Uma ciclovia também será construída em todo o trecho dos
dois rios que atravessam a cidade.